No dia 15 do sétimo mês do calendário lunar os chineses comemoram o Dia dos Espíritos Famintos, e o sétimo mês é considerado como o mês dos espíritos famintos. Geralmente este dia cai em agosto. Neste ano o dia dos espíritos famintos caiu no dia 24 de agosto. Agosto normalmente é considerado como o mês dos espíritos famintos (algumas vezes se extendendo até setembro). No décimo quinto dia do sétimo mês acredita-se que o Céu, o Inferno e o mundo dos vivos se abrem e se conectam e, a partir de então, os espíritos e fantasmas saem do mundo inferior, incluindo os falecidos ancestrais para vagar no mundo dos vivos. Como resultado as pessoas, tanto budistas como taoístas, realizam rituais para tentar apaziguar os espíritos ou arrefecer o seu sofrimento. A adoração ancestral acontece com peso, com muitas pessoas fazendo oferendas de comida, queimando incenso, papel com aparência de notas de dinheiro e objetos esculpidos em papel machê para os seus ancestrais para apaziguá-los e evitarem alguma maldição ou problema na família, trabalho, saúde, etc. É uma cena grotesca ver o tanto de comida e coisas queimadas nas ruas. Um verdadeiro trabalho de macumba que acontece por todo o país com a compreensão e apoio do governo, sendo considerado superstição, mas que acaba encoberto como parte da cultura, religião ou tradição do povo. Afinal, apesar de ser superstição, é melhor cobrir todas as bases, não é mesmo? Mas ninguém comenta do desperdício, das baratas e ratos e outras pestes que seguem. É triste de ver tantas pessoas presas pelos grilhões do animismo, e dos espíritos demôniacos que realmente estão por trás desta celebração para receberem adoração, devido ao medo. Na verdade os rituais são formas de se protegerem do mal que crêem pode atacá-los se assim não fizerem e não enxergam que, na verdade, estão alimentando o próprio mal que pensam estarem desfazendo. Não concordando, ainda assim respeito a decisão deles,e continuo a amá-los e a orar por eles e, quando a oportunidade me permite, de servi-los para demonstrar a realidade abrangente, inclusiva, protetora e salvadora do Reino.
Esta semana nós nos lembramos daqueles que se perderam nas torres gêmeas do World Trade Center, no dia 11 de setembro, devido a um ataque terrorista. Isto aconteceu a 9 anos atrás. No dia 11 de setembro um amigo brasileiro postou uma homenagem no facebook, demonstrando o seu pesar aos seus amigos, e à população americana em geral, pelo acontecido e como o mundo nunca mais seria o mesmo. Foi uma bela demonstração de amor e empatia pelos que sofreram e ainda sofrem pelo poder do mal. Mas os comentários que ele recebeu em troca foram de uma ignorância e falta de sensibilidade total. Uns fazendo graça porque ele postou 9/11 (como se lê em inglês) quando no Brasil se lê 11/9, como se isto fosse mais importante do que o significado da data. Em uma das entradas, alguém comentou, desconsiderando a dor da data, querendo apenas criticar que as mudanças que ocorreram no mundo pós-11/9 foi o levante bélico de uma nação em luto invadindo outras mais fracas por motivos egoístas. Na verdade, uma coisa não justifica a outra. A violência não justifica mais violência. Mas a lembrança da dor da perda de vidas humanas não é o momento para comentários políticos sem alma. É o momento de trazer consolo e oração e a proclamação da paz. Isto mostra apenas o que está no coração do homem, e até dos cristãos: uma violência que esta agarrada, entranhada. O que vimos na sequência do 11/9? Um sentimento anti-islâmico mundial. Até entre os cristãos, homens e mulheres, houve uma mudança na sua perspectiva, quando eles passaram a ver todos os muçulmanos com suspeita, como inimigos e merecedores de sofrerem a mesma violência que causaram, apesar de não terem sido eles que a causaram (O filme Nova York Sitiada , de 1998, acaba por se tornar um momento profético). Espíritos famintos que habitam nos corações dos homens.
Também temos o Reverendo Terry Jones, pastor do Dove World Outreach Center, que oferece este incrível ato de graça e amor: queimar cópias do Alcorão que, como ele descreve, "não seria um ato nem de ódio, nem de amor" apesar dele admitir que a partir de agora "não viveremos mais debaixo de ameaças e medo", dando a entender que agora as ameaças partem dele ou dos americanos que ainda sofrem com o ocorrido em 11/9. Uma bela demonstração do que não significa ser cristão (pelo menos não o Cristianismo bíblico pregado por Jesus). Com certeza os muçulmanos do mundo todo conseguiram entender o ponto de vista dele: Olho por olho, dente por dente, valor pelo qual eles já vivem. Mas a mensagem de graça e paz e reconciliação que é a mensagem de Jesus, aonde está ela? Eu acho que esta eles não conseguiram enxergar. O orgulho ferido do pastor Jones ficou bem claro, mas a humildade em extender o perdão, esta ficou a desejar. Espíritos famintos.
No início deste ano eu estive nas Filipinas em uma viagem evangelística/social. Dos vários locais onde preguei nenhum me tocou mais do que Santa Cruz, um cemitério no meio da cidade de Manila onde moram ao redor de 3000 pessoas, vivendo em cima dos túmulos. Eu andava por ali e via aquelas pessoas caminhando por entre os túmulos, alguns empilhados alto e faziam verdadeiros corredores. Pregamos e distribuimos roupas ali e pessoas se converteram. Mas durante o tempo que eu estava ali eu frequentemente me lembrava do endemoniado gadareno. Eu sempre me perguntava como é que alguém poderia viver num cemitério? Só estando infestado por demônios. Mas ali estavam pessoas que moravam ali por razões sociais, econômicas e políticas. E da mesma maneira como os demônios do gadareno estavam famintos por sua alma, e depois para ir aos porcos, estas pessoas estavam famintas por um pouco de esperança, justiça social e um gostinho do Reino de Deus em suas vidas "hoje", mas os espíritos famintos as têm mantido presas à pobreza, ao descaso, à rejeição. Espíritos famintos.
A resposta à violência é a não violência. A resposta é liberdade. A resposta é justiça. A resposta é paz. Mateus 5:3 diz que "bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus." Mateus 5:6 diz que "bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satifeitos." O pobre em espírito é aquele que perdeu tudo e até o vigor que existe em seu espírito está por se esvair. São aqueles que estão famintos por uma manifestação de justiça social. Deles é o Reino. Não um Reino que virá só no porvir, mas um Reino que já está presente e que cabe a nós o proclamarmos como pacificadores que somos (Mateus 5:9), uma vez que fazemos parte do Reino do Príncipe da Paz, que não está ameaçando queimar Alcorões, ou deixando pessoas morar em cemitérios, ou menosprezando a dor e o sofrimento alheio. Ao contrário, é um Reino que sai de dentro das 4 paredes da igreja, e ajuda a reconstruir as casas caídas por furacões, terremotos, deslizamentos. Que dá oportunidades para os que não tem como sustentar suas famílias, que visita os enfermos e encoraja os que estão desesperados. Este é o jejum verdadeiro (Isaías 58). Este é o papel do verdadeiro Servo de Deus, guiado pelo Espírito de Deus (Isaías 61). Ele reconstroi ruínas e restaura escombros e renova cidades arruinadas (Is. 61:4). Que possamos estar famintos do Espírito Santo (Is. 61; Joel 2:28) em vez de permitir que os espíritos famintos da nossa alma sejam expressos em atos de violência, discriminação, rejeição, orgulho racial, denominacional e religioso, espírito de superioridade e intolerância. Vamos dar uma chance para a paz ser expressa através de nossas vidas.
1 comment:
pooooow baala , eée sobre essa supertiçãao que voou falar no trabalho ..
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